segunda-feira, 6 de março de 2017

"É preciso Vida para poder Viver"

"É preciso Vida para poder Viver" foi a frase que ontem me ficou gravada na memória, aconchegada num turbilhão de emoções muito fortes, entre a perda e o desânimo, a dor e a saudade mas, acima de tudo, o vazio. Aquele vazio que nos invade e torce por dentro, que nos massacra com a pergunta: "Onde estiveste, que não estavas lá!?"
Ocupada? Distraída? A olhar para o meu umbigo? Inconsciente e desatenta?
Onde estava que não estive lá?
Foi como se me tivessem atirado uma pedra à cabeça!" A Laurinha já partiu".
... uma pedra à cabeça... mas que doeu não sei bem onde. Algures num sítio dentro de mim e que aí ficou, latejando durante horas, muitas horas.
Ontem percebi quantas pessoas receberam a mesma pedrada. Tantas!
O ser humano é, de facto, muito rico e nobre. Principalmente quando se une na partilha. Nem que seja na dor, na perda, no desânimo, na saudade, na partida mas, principalmente, no amor.
A Laurinha partiu.
Numa outra dimensão, como que a preparar terreno, aguarda a chegada de cada um e de todos, mesmo dos que "levaram com uma pedra na cabeça.
Entretanto, por cá, todos precisamos de Vida para poder Viver.
E a Vida, a nossa Vida, somos nós que a fazemos e que celebramos.
"É preciso Vida para poder Viver".

 Maria Adelaide Santos

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