domingo, 19 de março de 2017

Agradecer-te todos os dias



Agradecer-te, é o que eu quero.


Não seria eu se não fosses tu, também.
(Permite-me que te trate por tu)
Seria outra, ou outro ou, apenas, ninguém.
É tão intrigante e, ao mesmo tempo, tão gratificante quando penso nesta perspectiva! A constatação de que fui abençoada, de que fui eu a escolhida, a seleccionada, … EU.


Por isso, agradecer-te é o que eu quero.


Depois, perceber o quanto me quiseste, o quanto me amaste, o quanto cuidaste de mim!
Sim, porque quem ama, cuida.
Quando a gente gosta É claro que a gente cuida”. Sábio, Caetano!
Perceber e sentir esse amor em cada palavra, em cada atitude, em cada reprimenda, em cada silêncio. Todos os dias da tua vida na minha vida, da minha vida na tua. E foram poucos. Eu queria mais. Eu precisava de mais. Fizeste-me falta. Fazes-me falta.


Por isso, agradecer-te é o que eu preciso.


Pela grandeza da tua alma, pela sabedoria do teu exemplo, pela serenidade da tua presença, pela inspiração que sempre foste e que és.
E inspirada em ti me fiz mais forte e mais segura. Eu.
Por isso, agradecer-te é o que eu preciso.
Todos os dias.
De joelhos:

- Obrigada, meu pai! 
Maria Adelaide Santos

Porquê

segunda-feira, 6 de março de 2017

"É preciso Vida para poder Viver"

"É preciso Vida para poder Viver" foi a frase que ontem me ficou gravada na memória, aconchegada num turbilhão de emoções muito fortes, entre a perda e o desânimo, a dor e a saudade mas, acima de tudo, o vazio. Aquele vazio que nos invade e torce por dentro, que nos massacra com a pergunta: "Onde estiveste, que não estavas lá!?"
Ocupada? Distraída? A olhar para o meu umbigo? Inconsciente e desatenta?
Onde estava que não estive lá?
Foi como se me tivessem atirado uma pedra à cabeça!" A Laurinha já partiu".
... uma pedra à cabeça... mas que doeu não sei bem onde. Algures num sítio dentro de mim e que aí ficou, latejando durante horas, muitas horas.
Ontem percebi quantas pessoas receberam a mesma pedrada. Tantas!
O ser humano é, de facto, muito rico e nobre. Principalmente quando se une na partilha. Nem que seja na dor, na perda, no desânimo, na saudade, na partida mas, principalmente, no amor.
A Laurinha partiu.
Numa outra dimensão, como que a preparar terreno, aguarda a chegada de cada um e de todos, mesmo dos que "levaram com uma pedra na cabeça.
Entretanto, por cá, todos precisamos de Vida para poder Viver.
E a Vida, a nossa Vida, somos nós que a fazemos e que celebramos.
"É preciso Vida para poder Viver".

 Maria Adelaide Santos