segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Abri-te a porta



Entraste por acaso, quando abri portas ao mundo.
Abeiraste-te, perguntaste se podias entrar.
Eras livre, eras seguro, eras tão transparente ! …
Li-te em cada palavra como se fosses um livro,
Reli cada frase para te acolher melhor,
Assim como quem quer ter a certeza que vale a pena,
Deixei o meu  coração tragar cada palavra tua,
cada silêncio e cada vírgula desenhada no ar.
Parecias-me cristalino, …
“O coração não se engana”, pensei eu.
O meu coração não se enganava.
Eras tu, assim, ali, à minha frente,
Como que saído de um sonho azul,
Para mim, só para mim.
Vivi-te cada centímetro,
devorei cada reflexão tua,
Ouvi-te cada ideia.
Pegaste-me pela mão,
Aniquilei todos os meus fantasmas e fui,
Fui contigo sem medo nem sombras negras.
E fomos fazer caminho novo,
Construir laços e rendas à nossa volta,
 E adormecer juntos.
 E o acordar, … será o que for.
Maria Adelaide Santos